TRONCOS AMERINDIOS - Marquito Moraes

 Marco Antônio de Moraes é natural de Bossoroca e nasceu no 3º distrito - Timbaúva, no dia 31 de dezembro de 1962. Autodidata, desde a infância pratica o desenho livre. As primeiras experiências foram

com desenhos feitos com   carvão, nas paredes do     galpão da Fazenda de   Lata, onde viveu Troncos missioneiros”, confeccionada em bico de pena e   doada ao acervo cultural de Noel Guarany que se encontra exposto no saguão de entrada da prefeitura municipal de Bossoroca e “Troncos ameríndios” que retrata as principais lideranças indígenas das Missões, como Sepé Tiaraju, Nicolau Neenguiru e    Andresito Guacurarí, entre outros. Esta coleção é composta de esculturas em madeira de pau ferro, onde foram utilizados palanques e pedaços de antigos troncos, alguns conservados por mais de 500 anos. No início dos anos 70 veio residir com a família no município de Bossoroca. No grupo escolar onde estudava, Marquito mais desenhava nos cadernos do que copiava o conteúdo escolar. No início da década de 80 passou a trabalhar na gráfica e jornal A Notícia, em São Luiz Gonzaga, onde teve a oportunidade de aperfeiçoar seu traço. Viajou por vários estados do país, realizando um intercâmbio cultural, através da     participação em feiras de artesanato. Nessas andanças trabalhou para inúmeras gráficas e jornais como arte finalista. No entanto, nunca esqueceu suas raízes. Como escritor lança em 1998 o livro, em traço, prosa e poesia, “Esta terra tem dono?”.  Marquito Moraes também é poeta, musico e compositor. Em 2016 participou do quadro “Na janela do galpão”, no programa Galpão Crioulo na RBS TV. Trabalha com teatro de bonecos, mostrando peças que tratam da preservação do meio ambiente. É artesão, escultor, artista plástico e autor das coleções. Atualmente, Marquito reside com sua família no Cerro da Bela Vista, uma fazenda no interior de Bossoroca. Naturalista, vive entre plantas e bichos e com a simplicidade do    gaúcho interiorano, é um artista cada vez mais campo, ao natural, e assim, vai aprimorando sua arte.

MOMENTOS DO LANÇAMENTO DA OBRA "TRONCOS AMERINDIOS"





ANAHY

Índia missioneira de São Miguel, que teve por incumbência reorganizar seu povo, velhos e crianças, logo que os índios que restaram em torno das reduções, seguiram com o exército de Andresito Guacurari. A escultura de Anahy foi esculpida em cerne de pau – ferro, de um pedaço de palanque que, durante mais de 70 anos esteve cravado no mangueirão da fazenda Bela Vista.


NHEÇU

Líder indígena guarani, foi aguerrido defensor de seu povo, de sua cultura e de sua terra. Foi esculpido em cerne de pau – ferro e representa o índio altivo, sentado no trono que é um tronco de árvore. Nheçu tem nas mãos um tacape, com o qual este guerreiro guarani, impôs resistência aos conquistadores do século XVII.


NICOLAU NEENGUIRÚ

Líder missioneiro, corregedor do povo de Concepcion e articulador da união das tribos que lutaram em defesa de sua gente na geurra guaranítica, sob o comando militar de Sepé Tiaraju. Neenguirú mateia solito, um pensador que busca na seiva da erva mate, a sabedoria necessária para estabelecer sua liderança.


SEPÉ TIARAJU

Corregedor de São Miguel, Sepé foi um guerreiro aguerrido que tombou lutando na guerra guaranítica. Hoje, vive no imaginário popular, onde triunfa imponente e seu nome é um importante registro no seleto grupo de heróis da pátria. O autor escolheu para dar forma a este guerreiro, uma lasca de troncou de Pau – ferro, que ficou em torno de 100 anos, no local onde o tronco de uma árvore com mais de 500 anos, nascida antes da invasão dos europeus e foi testemunha do esplendor do povo indígena.


YBYRÁYTÁ

Nascido da imaginação do autor, a imagem representa um índio charrua que possivelmente, andou na paisagem sul – americana, cruzando o “gran chaco” em direção a Cochabamba. Em suas andanças conversou com guaranis da foz do Iguaçu e caçou emas com seu povo, nos campos finos do Icamaquã. Lutou contra o invasor e amou tudo o que tinha. Morreu na imensidão da pampa e renasceu na imagem esculpida num tronco de pau – ferro.



O vídeo abaixo, que mostra o trabalho de Marquito Moraes, participou do Festival virtual de Pajadores, declamadores, poetas, artesãos e artistas plásticos, realizado na cidade de Fernando de La Mora - Paraguai, no dia 13 de dezembro de 2020.