JOSÉ FABRICIO DA SILVA (Juca Fabrício)
Breve relato sobre a família Fabricio
A
família Fabricio da Silva está entre as primeiras que chegaram em Bossoroca.
Descendentes de nobre italianos, naturais de Veneza, como pode ser constatado
no brasão de armas, à eles concedido pelo rei Don Felipe I em 1583. É
importante esclarecer que o sobrenome correto era “Fabrizio”, sendo este, aportuguesado,
para facilitar a permanência no Brasil. A data de chegada de um dos membros da família
“Fabricio da Silva”, de nome Antônio, chegou entre os anos de 1810 e 1820, pois
durante este período, ocorreu a chegada de inúmeros paulistanos que vinham com
a finalidade de terras. Antônio, ao chegar neste então 4º distrito, levantou posse próximo da nascente do riacho denominado Lagoão, que ficava próximo a
estrada geral que ia à “Boqueron de la sierra” (hoje Santiago). No ano de 1830,
provavelmente no mês de outubro, José Fabricio da Silva requereu ao comandante
geral, a posse de uma área de terras em lugar hoje conhecido como sede velha da
Igrejinha. Em razão de contratempos com a perda de um filho, mudou-se,
colocando-se na costa do Piratinin, em lugar denominado “Estância velha”.
José
Fabrício da silva, nasceu em 13 de julho de 1897, no interior do
município de Bossoroca, Rincão dos Fabricio, sendo o décimo filho de uma prole
de onze irmãos, quatro homens e sete mulheres).Qualificou-se
eleitor em 1921, votando e elegendo, em 1922, o presidente da república Artur
da Silva Bernardes. A partir de então, votou em todas as eleições, sendo
considerado, em 1989, o eleitor mais antigo do estado. Aos
92 anos de idade recebeu homenagens por parte do Tribunal Regional Eleitoral,
uma vez que, estando já há 22 anos, desobrigado do dever do voto, mantinha esse
exercício de forma ininterrupta. O
texto do TER, na ocasião, considerou-o “o espelho no qual os jovens precisam se
mirar”. Durante
44 anos contínuos foi jurado na Comarca de São Luiz Gonzaga, tendo participado
de julgamento de enorme repercussão, sendo excluído do rol por limite de idade. Durante
toda sua vida teve como atividade profissional a pecuária. Para
seus filhos, desejava maiores conquistas que as dele. Assim, proporcionou-lhes
estudo e formação. Faleceu
aos 102 anos de idade, gozando da mais plena lucidez.
JOÃO DUTRA
Em razão de seu conceito e grande influência nos meios políticos, foi nomeado Interventor Federal de Bossoroca pelo Presidente da República, Humberto Castelo Branco. No Terceiro Distrito, então Bossoroca, exerceu as funções de Juiz de Paz e também, Sub Delegado de Polícia.
Na política, foi um dos líderes do Movimento Emancipacionista de Bossoroca, militando no PSD, Arena, PDS, PPR e PPB. Após a instalação do Município, foi eleito prefeito, no período de 04 de março de 1967 até 31 de janeiro de 1969. Elegeu-se novamente como prefeito, em 15 de novembro de 1972, ficando no exercício do cargo, até 31 de janeiro de 1977. Em 15 de novembro de 1982, saiu-se vitorioso mais uma vez, administrando o município até o dia 01 de janeiro de 1989.
Obstinado pela política e muito bem conceituado neste meio, João Dutra conquistou uma admiração invejável entre as pessoas que o conheciam. Este conceito e o fato de ser um batalhador incansável lhe permitiram a conquista de inúmeros benefícios para o município. Entre estes, podemos citar o recurso destinado ao asfaltamento das ruas da cidade, o que hoje, é praticamente inviável, em razão do montante que é necessário. Além disso, outras conquistas foram feitas e entre elas, a extensão de redes d’água, calçamento, pontes, como a do rio Piratini, que liga Bossoroca à São Luiz Gonzaga e também, a que liga nosso município à Itacurubi, além de postos de saúde, escolas e os prédios onde hoje funcionam a Prefeitura Municipal e a Câmara de Vereadores.
Após o cumprimento de seus mandatos, ajudou a eleger seus sucessores, acompanhando essas administrações, sugerindo e orientando os novos prefeitos. João Dutra não era um homem letrado, tendo pouca cultura, mas tinha a grande capacidade de expressar de forma convincente o que sentia, possuindo grande visão administrativa, o que lhe permitiu perceber, de forma inequívoca, o que realmente o município precisava e a forma de conseguir os recursos necessários.
Era casado com a Sra. Otacília Dutra que foi funcionária dos Correios e Telégrafos, exercendo a função de Agente Postal em Bossoroca. Teve dois filhos, Laerte Missioneiro Dutra e Odete Terezinha Dutra.
João Dutra foi um líder nato, um caudilho, que escreveu sua história com honra e altivez, deixando um legado de amor à sua terra, que precisa e merece ser divulgado, para servir de exemplo e inspiração.
Faleceu no dia 11 de janeiro de 1995. Em sua homenagem, a avenida de acesso à Bossoroca e o prédio da prefeitura municipal, levam seu nome.
Na antiga Rua Uruguaiana, ainda é possível encontrar as ruínas da casa onde nasceu Noel Guarany. Infelizmente, sem a devida atenção dos responsáveis, este local histórico vai sucumbindo aos poucos, levando consigo, um pouco da história do imortal guitarreiro.
Foi-se o Chimango de bico adunco e garras de aço. Foi-se o terno cantador dos guaxos sem sorte, dos párias do campo. Foi-se o cantor, não a canção. Angoéra missioneiro, ficará por aí, no bojo das violas, no fole das gaitas, na garganta dos sabiás e das calhandras. E se alguém estranhar um santo novo talhado a facão no cedro missioneiro, de topete erguido e perfil de aguilucho que pode aparecer por aí, me avisem, me mandem mensagens, gritem nas vozes do vento: Jayme Caetano Braun se entronizou para sempre no céu do pago.
Rincão da Timbaúva - Bossoroca - local de nascimento de Jaime C. Braun |
Casa onde nasceu e cresceu o pajador dos pajadores |
deixando saudades que a morte não quis.
Bandeira de versos,
silêncio de estrelas...
João Luiz Bandeira tinha a aspiração de cursar jornalismo, porém, as dificuldades financeiras não permitiram. Em Santo Ângelo, mais tarde, conseguiu cursar a faculdade de Ciências Contábeis, trabalhando na Cootrisa - Cooperativa Triticola Regional de Santo Ângelo. Depois, trabalhou nas cidades de São Miguel, Cerro Largo e São Paulo das Missões onde também exerceu a função de professor.
Posteriormente, mudou-se para o Mato Grosso do Sul, sendo agricultor em São Gabriel do Oeste, Itiquira e Rio Verde. A partir de 1989, atuou como contador em Campo Grande até o ano de 1993. Afastou-se de suas atividades em razão de ter sido acometido de uma doença grave, com longo tratamento. Voltou para Bossoroca onde, infelizmente, veio a falecer em 13 de novembro de 1995.
OLIVIO DUTRA
Retrato de uma época, onde retrata suas lembranças sobre pessoas e fatos acontecidos em Bossoroca. Nasceu na Buena Terra Missioneira, aos 21 de março de 1916.
Valeriano era autodidata, sendo uma referência quando, principalmente alunos das escolas locais, precisavam buscar informações sobre o passado deste município. Suas informações eram baseadas em livros, documentos e recortes de jornais, os quais guardava há mais de cinquenta anos, desde sua infância, quando tinha 11 anos.
Suas lembranças vinham do tempo das revoluções e era um idealista, cujo patrono foi Tiradentes, que segundo ele, “enfrentou o martírio com altivez, assumindo a culpa pelo seu “crime” – libertar a pátria, e inocentando seus companheiros que se acovardaram”.
Certa feita o IBGE decidiu publicar a Enciclopédia dos Municípios Brasileiros. Fez uma convocação para todas as agências de estatística e historiadores, para realizar as pesquisas necessárias, Na época, Martino Casemiro Marques, que era o agente local do IBGE, procurou Valeriano Cruz, pois sabia de seu gosto pela pesquisa e profundo conhecimento sobre a cidade de Bossoroca e a região, para auxilia-lo na coleta de dados, o que aconteceu nos anos de 1954 e 1955, sendo que o trabalho final ficou pronto em 1959, no dia 29 de maio.
Seu Cruz, como era mais conhecido, exerceu os cargos de sub – prefeito e vereador, quando Bossoroca ainda era o 3º Distrito de São Luiz Gonzaga.
O salão de reuniões da Secretaria de Turismo do município, leva seu nome, numa forma de reconhecimento por seu trabalho.
Telmo Fabrício Dutra