FILHOS ILUSTRES


JOSÉ FABRICIO DA SILVA (Juca Fabrício)

Breve relato sobre a família Fabricio

A família Fabricio da Silva está entre as primeiras que chegaram em Bossoroca. Descendentes de nobre italianos, naturais de Veneza, como pode ser constatado no brasão de armas, à eles concedido pelo rei Don Felipe I em 1583. É importante esclarecer que o sobrenome correto era “Fabrizio”, sendo este, aportuguesado, para facilitar a permanência no Brasil. A data de chegada de um dos membros da família “Fabricio da Silva”, de nome Antônio, chegou entre os anos de 1810 e 1820, pois durante este período, ocorreu a chegada de inúmeros paulistanos que vinham com a finalidade de terras. Antônio, ao chegar neste então 4º distrito, levantou posse próximo da nascente do riacho denominado Lagoão, que ficava próximo a estrada geral que ia à “Boqueron de la sierra” (hoje Santiago). No ano de 1830, provavelmente no mês de outubro, José Fabricio da Silva requereu ao comandante geral, a posse de uma área de terras em lugar hoje conhecido como sede velha da Igrejinha. Em razão de contratempos com a perda de um filho, mudou-se, colocando-se na costa do Piratinin, em lugar denominado “Estância velha”.


José Fabrício da silva, nasceu em 13 de julho de 1897, no interior do município de Bossoroca, Rincão dos Fabricio, sendo o décimo filho de uma prole de onze irmãos, quatro homens e sete mulheres).
Qualificou-se eleitor em 1921, votando e elegendo, em 1922, o presidente da república Artur da Silva Bernardes. A partir de então, votou em todas as eleições, sendo considerado, em 1989, o eleitor mais antigo do estado. Aos 92 anos de idade recebeu homenagens por parte do Tribunal Regional Eleitoral, uma vez que, estando já há 22 anos, desobrigado do dever do voto, mantinha esse exercício de forma ininterrupta. O texto do TER, na ocasião, considerou-o “o espelho no qual os jovens precisam se mirar”. Durante 44 anos contínuos foi jurado na Comarca de São Luiz Gonzaga, tendo participado de julgamento de enorme repercussão, sendo excluído do rol por limite de idade. Durante toda sua vida teve como atividade profissional a pecuária. Para seus filhos, desejava maiores conquistas que as dele. Assim, proporcionou-lhes estudo e formação. Faleceu aos 102 anos de idade, gozando da mais plena lucidez.



ALFREDO FERREIRA AQUINO


Filho de Paulino Aquino dos Santos e de Josefina Ferreira Aquino, Alfredo Ferreira Aquino chegou em Bossoroca no ano de 1916, acompanhando seu cunhado Boanerges Antonio Duarte. Em 1924, ingressou nas fileiras da Coluna Prestes, na condição de voluntário, que foi um movimento encabeçado por líderes tenentistas nos anos de de 1925 a 1927, o qual deslocou-se pelo interior do país pregando reformas políticas e sociais, combatendo o governo oligárquico de Arthur Bernardes, que governou o Brasil sob constante estado de sítio. Na sua marcha, os integrantes da Coluna Prestes denunciavam a miséria da população e a exploração das camadas mais pobres. Chegou ao posto de tenente do serviço médico, exercendo as funções de enfermeiro. Alfredo era, na época, farmacêutico prático, o que lhe facilitou as atividades junto aos demais companheiros da Coluna. Em 1927, depois de longas contendas, a Coluna obteve asilo na Bolívia, na região de Santa cruz de La Sierra. Nesse local, Alfredo e seus companheiros, trabalharam na abertura de estradas, através da influência do chefe da Coluna, Capitão Luiz Carlos Prestes, junto ao governo Boliviano, já que o mesmo era engenheiro. Quando os revolucionários da Coluna, foram anistiados, Alfredo Aquino voltou para Bossoroca, onde em 1930 adquiriu uma área de terras, estabelecendo-se com comércio e farmácia, no local onde hoje, situa-se o Bairro da Gaúcha, que possui este nome em razão de que o estabelecimento comercial criado por ele, chamava-se Casa Gaúcha. Na condição de farmacêutico prático, aviava medicamentos e dava consultas em sua farmácia, fazendo as vezes de médico, que não existia em Bossoroca naquela época. Foi um dos líderes da criação da então Vila Gaúcha, em 1938. Casou-se com a senhora Ordalia Oliveira, falecida em 1961, sem ter filhos. Mais tarde, escolheu por companheira a senhora Irma Bandeira, mãe do poeta e escritor João Luiz Bandeira, o qual, Alfredo Aquino adotou como filho. Doou um imóvel para a construção de uma escola, que hoje leva o nome de sua mãe, Josefina Ferreira Aquino, a qual ficava próxima onde hoje é o posto de saúde do Bairro Gaúcha. A partir de 1960 começou a lotear a área de sua propriedade, iniciando assim, o povoamento do atual Bairro Gaúcha. Alfredo Ferreira Aquino foi um líder comunitário, que contribuiu de forma expressiva para o desenvolvimento de Bossoroca. Como era espírita, sem apego pelas coisas materiais, Alfredo atendia e medicava pessoas de todas as classes sociais, sem levar em conta se poderiam pagar ou não. Faleceu no ano de 1979, no dia 20 de maio

CÍCERO CAETANO CAVALHEIRO

Oriundo de duas tradicionais famílias, Alves e Cavalheiro, vindas do Rio de Janeiro, entrando no Rio Grande do Sul  com a Revolução Farroupilha, o Sargento do Exército Brasileiro, Cícero Caetano Cavalheiro, nasceu em Bossoroca, quando ainda distrito de São Luiz Gonzaga, no dia 31 de janeiro de 1922, sendo filho de João Cavalheiro Filho e Victória Caetano Cavalheiro. Prestou serviço militar em São Luiz Gonzaga e, ja licenciado, foi convocado novamente em razão do início da Segunda Guerra Mundial. Servindo em uma unidade do exército de São Borja, partiu acompanhando uma das corporações que foram enviadas para o campo de batalha, na tomada de Monte Castelo. Durante a contenda, foi ferido gravemente tendo as duas pernas amputadas. Tratou-se deste problema nos Estados Unidos, voltando depois da entrada dos aliados em Berlim, o que resultou no final da Segunda Guerra Mundial. O Sargento Cícero, embora com duas pernas mecânicas, dirigia sem problemas o seu automóvel. Casado com a senhora Célia Natividade Nascimento, que era filha de Manoel Gonçalves do Nascimento e Verônica Fabrício do Nascimento. Desta união, vieram os filhos João José, Paulo, Osvaldo e Vera Nascimento Cavalheiro. Cícero Caetano Cavalheiro faleceu no dia 24 de dezembro de 1957. Como homenagem a sua memória e ao combatente que lutou bravamente por seus ideais, a praça localizada na rua Salvador Pinheiro Machado, em São Luiz Gonzaga, leva seu nome, Expedicionário Cícero Cavalheiro.



JOÃO DUTRA

 João Cândido Dutra, nasceu no dia 05 de novembro de 1915, no distrito de Timbaúva, quando Bossoroca ainda pertencia à São Luiz Gonzaga. Filho de Hilário José Dutra e Donatildes Cavalheiro Dutra, iniciou suas atividades comerciais com um pequeno armazém, de nome Lagonita, localizado na Esquina dos Três Capões, onde hoje reside a Sra. Lourdes Bica. Mais tarde, em 1939, adquiriu o estabelecimento comercial “Casa Gaúcha” que era de propriedade de Alfredo Ferreira Aquino.
Oriundo de família pobre do interior, foi o filho mais velho de oito irmãos, cujos pais eram agricultores que trabalhavam, desde cedo, na manutenção de uma pequena propriedade rural, localizada no distrito de Timbaúva. Teve um início difícil em razão das dificuldades da família, porém, mais tarde, conquistou grande destaque na vida pública. Em São Luiz Gonzaga exerceu o mandato de vereador, sendo Presidente da Câmara, alcançando inclusive, o cargo de Prefeito.

Em razão de seu conceito e grande influência nos meios políticos, foi nomeado Interventor Federal de Bossoroca pelo Presidente da República, Humberto Castelo Branco. No Terceiro Distrito, então Bossoroca, exerceu as funções de Juiz de Paz e também, Sub Delegado de Polícia.

Na política, foi um dos líderes do Movimento Emancipacionista de Bossoroca, militando no PSD, Arena, PDS, PPR e PPB. Após a instalação do Município, foi eleito prefeito, no período de 04 de março de 1967 até 31 de janeiro de 1969. Elegeu-se novamente como prefeito, em 15 de novembro de 1972, ficando no exercício do cargo, até 31 de janeiro de 1977. Em 15 de novembro de 1982, saiu-se vitorioso mais uma vez, administrando o município até o dia 01 de janeiro de 1989.

Obstinado pela política e muito bem conceituado neste meio, João Dutra conquistou uma admiração invejável entre as pessoas que o conheciam. Este conceito e o fato de ser um batalhador incansável lhe permitiram a conquista de inúmeros benefícios para o município. Entre estes, podemos citar o recurso destinado ao asfaltamento das ruas da cidade, o que hoje, é praticamente inviável, em razão do montante que é necessário. Além disso, outras conquistas foram feitas e entre elas, a extensão de redes d’água, calçamento, pontes, como a do rio Piratini, que liga Bossoroca à São Luiz Gonzaga e também, a que liga nosso município à Itacurubi, além de postos de saúde, escolas e os prédios onde hoje funcionam a Prefeitura Municipal e a Câmara de Vereadores.

Após o cumprimento de seus mandatos, ajudou a eleger seus sucessores, acompanhando essas administrações, sugerindo e orientando os novos prefeitos. João Dutra não era um homem letrado, tendo pouca cultura, mas tinha a grande capacidade de expressar de forma convincente o que sentia, possuindo grande visão administrativa, o que lhe permitiu perceber, de forma inequívoca, o que realmente o município precisava e a forma de conseguir os recursos necessários.

Era casado com a Sra. Otacília Dutra que foi funcionária dos Correios e Telégrafos, exercendo a função de Agente Postal em Bossoroca. Teve dois filhos, Laerte Missioneiro Dutra e Odete Terezinha Dutra.

João Dutra foi um líder nato, um caudilho, que escreveu sua história com honra e altivez, deixando um legado de amor à sua terra, que precisa e merece ser divulgado, para servir de exemplo e inspiração.

Faleceu no dia 11 de janeiro de 1995. Em sua homenagem, a avenida de acesso à Bossoroca e o prédio da prefeitura municipal, levam seu nome.








 AVELINO CARDINAL

Natural de São Luiz Gonzaga, Avelino Cardinal nasceu em 1º de novembro de 1903. Filho de Irineo Pereira Cardinal e Cândida Amaral Cardinal. Foi um homem criado e dedicado às lides campeiras, iniciando esta atividade ainda bem jovem.


Adquiriu experiência e no início de sua vida, trabalhou como peão de tropa, já que sua vocação era a pecuária. Nesse ramo progrediu economicamente. 

Organizou a fazenda do pinheiro e, em razão de seu trabalho, foi um dos maiores e mais destacados fazendeiros deste lugar.

Avelino Cardinal estava sempre pronto a colaborar com as iniciativas que buscassem o desenvolvimento do lugar. Pelo seu desprendimento participou de várias diretorias e eventos de Bossoroca.

Por ser um homem sério, calmo e responsável, foi nomeado subprefeito no período de 1960 a 1963, quando João Loureiro foi prefeito de São Luiz Gonzaga. Foi militante da UDN (União Democrática Nacional) e na década de 60, participou ativamente do movimento emancipatório de Bossoroca, juntamente com João Dutra, Leoveral Oliveira e Marcos Fabrício.

Foi nomeado interventor federal do jovem município de Bossoroca. No entanto, por sentir-se descontente com alguns acontecimentos da época, e que diziam respeito ao mandado de segurança que fora impetrado, contra a criação do município, desistiu e renunciou à esta tarefa.

Avelino Cardinal defendia o consenso, pois entendia que seria a única alternativa para que Bossoroca pudesse desenvolver-se e progredir.

Foi filiado a ARENA e assim permaneceu até seu falecimento ocorrido em 21 de julho de 1977.



 MARCOS FABRÍCIO DA SILVA

Nascido aos 5 dias do mês de novembro do ano de 1909, na cidade de São Luiz Gonzaga – RS, era filho de Valeriano Fabrício da Silva e Maria Marques da Silva. Desde cedo dedicou-se as lides campeiras, trabalhando como tropeiro, adquirindo experiência na atividade pecuária. Tempos depois adquiriu algumas áreas de terras, onde deu continuidade a essa atividade.

Foi um cidadão empreendedor, líder comunitário e integrado ao seu meio. Adquiriu com seu trabalho um grande patrimônio e soube ser um cidadão fiel a seus princípios, honesto e idealista. Pelo seu desprendimento foi um dos fazendeiros que estavam além de seu tempo, introduzindo melhoramentos aos rebanhos de bovinos, ovinos e equinos de suas propriedades. Desde cedo mostrou-se como um exímio conhecedor da pecuária.

Na política, pertenceu ao partido Libertador, mas não fazia militância política. Posteriormente ingressou na Arena. Nessa época ingressou no movimento, que nascia aos poucos, e que levaria a emancipação do então 3º distrito de São Luiz Gonzaga. Formada a comissão, Marcos Fabrício da Silva foi convidado a presidir a Comissão Emancipacionista, juntamente com João Cândido Dutra, Leoveral de Souza Oliveira e Avelino Cardinal. Apesar dos problemas decorrentes desta situação, sempre mostrou-se esperançoso, demonstrando muita persistência e estimulando seus companheiros para que fosse possível atingir os objetivos propostos.

Após conseguir seu propósito e ver a sua Bossoroca emancipada, foi convidado a presidir o partido político da época. Colaborou com inúmeras sugestões, sempre integrado no esforço comum de procurar novos rumos para o município.

Como pai de família, Marcos Fabrício sempre orientou seus filhos para que buscassem nos estudos, uma alternativa de crescimento. Um de seus filhos formou-se em medicina, outro como técnico em contabilidade e os demais exerceram atividade autônoma.

Contribuiu de forma significativa para o desenvolvimento de sua terra, e sempre se manteve atento aos movimentos de classe. Foi sócio das cooperativas Castilhense, Serrana, Santiaguense e do Frigorífico São-luisense.


Nas atividades comunitárias, sempre trabalhou ativamente, juntamente com sua família, prestigiando os acontecimentos sociais e culturais do município. Faleceu no dia 31 de outubro de 1987. O parque de exposições do Sindicato Rural de Bossoroca, leva seu nome e constitui-se numa homenagem da classe ruralista à sua memória.




NOEL GUARANY


"Na velha e santa Igrejinha, ecoa um cantar guarani,
pra quem passar por aqui, ouvir das fendas do chão,
a missioneira canção de um bugre da alma indomada,
a Bossoroca cantada, no timbrar de um coração."
                                                                               J. Velloso

Noel Fabrício da Silva, Noel Guarany era filho de João Maria Fabrício e Antonina Borges do Canto, tendo por avó, a senhora Vergina Fabrício da Silva. Missioneiro, nasceu em 26 de dezembro de 1941 na cidade de São Luiz Gonzaga. No entanto, logo que iniciou sua carreira artística, adotou Bossoroca como sua terra natal, ficando conhecido como o "Cantor da Bossoroca". Na adolescência, aprendeu, de maneira autodidata, o idioma guarani, bem como a compor, tocar e cantar.  Em 1960 emigrou para a Argentina, onde trabalhou como tarefeiro de erva-mate, lenhador e balseiro. Esteve em Buenos Aires, depois foi para o Uruguai, Paraguai e Bolívia, lugares onde conviveu com muitos músicos, aperfeiçoou sua arte de tocar violão e aprendeu muito sobre a cultura musical desses países

No início da década de 70, enquanto a cultura nativa era representada por nomes como Teixeirinha e Gildo de Freitas, o Cantor que cantou a Bossoroca  fazia composições destacando as características da região em que tinha nascido.  Com influências de latino-americanos como Athaualpa Yupanqui e Antonio Tarragô Ros, Noel Guarany foi um dos primeiros a percorrer a América levando com sua música a cultura gaúcha, e colhendo  ensinamentos que utilizou como subsídio para criação de suas músicas durante toda a sua futura carreira.

No final da década, apresentou alguns programas radiofônicos nas rádios de Cerro Largo e São Luiz Gonzaga, bem como nas rádios Gaúcha e Guaíba de Porto Alegre, RS. Em 1970, lançou, em conjunto com Cenair Maicá, com o qual vinha se apresentando pelo Rio Grande do Sul e em festivais na Argentina, um compacto simples, com as músicas Filosofia de Gaudério e Romance do Pala Velho.

No ano seguinte, grava o seu primeiro LP, Legendas Missioneiras, pela gravadora RGE, que traz, entre outras, parcerias com Jayme Caetano Braun, Glênio Fagundes e Aureliano de Figueiredo Pinto. Neste disco, além das músicas constantes do compacto anterior, estão presentes outras pérolas de seu repertório, como Fandango na Fronteira, Gaudério e Eu e o Rio.

Em 1973 sai Destino Missioneiro, pela gravadora Phonogram/Sinter, no qual repete algumas das parcerias do disco anterior, bem como traz composições próprias e de Barbosa Lessa e uma parceria com Aparício Silva Rillo. Neste disco, estão presentes grandes músicas como Destino Missioneiro e Destino de Peão.

Seu terceiro LP é Sem Fronteiras, lançado em 1975 pela EMI/Odeon, que está repleto de músicas que acabaram se tornando clássicos do cancioneiro gaúcho, como Romance do Pala Velho, Potro Sem Dono (de Paulo Portela Fagundes), Filosofia de Gaudério, Balseiros do Rio Uruguai (de Barbosa Lessa), Décima do Potro Baio e Chamarrita sem Fronteira (as duas últimas, temas missioneiros recolhidos e adaptados por Noel Guarany), entre outras.

No ano de 1976, Noel Guarany grava em parceria com Jayme Caetano Braun, de maneira independente, o LP Payador, Pampa, Guitarra. Gravado parte na Argentina e parte em São Paulo, o disco conta com a participação de grandes músicos argentinos. Em 1977 a RGE relança o disco Legendas Missioneiras, de 1971, com o título de Canto da Fronteira. Em 1978 sai o LP Noel Guarany Canta Aureliano de Figueiredo Pinto, pela RGE, que resgata a obra e a memória de um dos grandes poetas do regionalismo gaúcho.

No ano seguinte, sai o disco De Pulperias, ainda pela gravadora RGE. Constam deste disco as músicas En el rancho y la cambicha, Rio de Los Pajaros e Milonga del peón de campo, de Mario Millan Medina, Anibal Sampayo e Atahualpa Yupanqui, respectivamente. Em 1980 sai Alma, Garra e Melodia, em que se destacam as músicas Maneco Queixo de Ferro e Índia cruda. Neste mesmo ano ocorre o show no Cinema Glória, na cidade de Santa Maria, que mais tarde, em 2003, viria a se tornar o disco Destino Missioneiro - Show Inédito.

No ano de 1982, é lançado o LP Para o Que Olha Sem Ver, pela RGE, título que remete à música Para el que mira sin ver de autoria do cantor e poeta argentino Atahualpa Yupanqui (presente também na composição Los ejes de mi carreta). Além das citadas, estão presentes as músicas Boi Preto, Na Baixada do Manduca e Adeus Morena, músicas de inspiração folclórica.

Neste ponto, Noel Guarany, já com os primeiros sintomas da doença, começou a afastar-se dos palcos, e acabou redigindo uma carta aberta à imprensa, na qual reclama do tratamento recebido pela gravadora. Em 1985 retira-se definitivamente dos palcos, em cumprimento ao prometido na carta de 1983. No ano de 1988, em conjunto com Jorge Guedes e João Máximo, lança o disco A Volta do Missioneiro. Nos próximos 10 anos, o grande gaúcho, cada vez mais debilitado por uma doença degenerativa no cérebro, permaneceu recolhido em seu sítio na localidade de Vila Santos, no município de Santa Maria.

Morreu no dia 06 de outubro de 1998, na Casa de Saúde de Santa Maria, tendo sido enterrado em Bossoroca, como dizia nos versos de Filosofia de Gaudério: "Se eu nasci para cantar, eu hei de morrer cantando". Em sua homenagem foi construído junto ao cemitério municipal, um memorial que simboliza sua arte e sua origem, representada pela cruz missioneira, pelo pala que deu origem a uma de suas mais famosas composições, Romance do Pala Velho e pelo violão, companheiro inseparável em suas andanças pelas missões do Rio Grande e do lado oriental.



No jornal A Razão, Santa Maria, Noel (de boina) ao lado de Tau Golin, 
que reuniu acervo e ajudou na  gravação de seus discos. 


Caricatura publicada em 1976 no jornal Versus, que fez um perfil do músico. 

O encontro dos expoentes da musicalidade missioneira - Noel Guarany - Pedro Ortaça e Cenair Maica, acompanhados de Chaloy Jara e Reduzino Malaquias


ESPAÇO NOEL GUARANY 


Localizado no saguão de entrada da Prefeitura Municipal de Bossoroca o "Espaço Noel Guarany" resultou da necessidade de mostrar à população e visitantes, objetos pessoais deste missioneiro, como fotos, letras de musicas, um de seus violões e outros pertences que sintetizam sua vida e sua arte. A intenção de criar este local surgiu por ocasião de seu velório, no dia 6 de outubro de 1988, que foi prontamente aceita por todos, principalmente pelos familiares de Noel, sua esposa Neidi e a filha Laura. Posteriormente, o Governo Municipal iniciou a estruturação do local o qual foi inaugurado no dia 6 de outubro de 2007, sendo que à noite, foi realizada uma das edições do evento em sua homenagem, "Tributo a Noel Guarany", com a participação efetiva de vários artistas, simpatizantes e comunidade local e regional.
































Na antiga Rua Uruguaiana, ainda é possível encontrar as ruínas da casa onde nasceu Noel Guarany. Infelizmente, sem a devida atenção dos responsáveis, este local histórico vai sucumbindo aos poucos, levando consigo, um pouco da história do imortal guitarreiro.       

                                                                    
NOEL GUARANY EM 14 DATAS
1941 – Nasce em São Luiz Gonzaga - RS.
1960 – Começa a percorrer países da América Latina
1968 – Apresenta um programa na Rádio São Luiz, em São Luiz Gonzaga
1970 – Lança, com Cenair Maicá, um compacto com as músicas Filosofia de Andejo e Romance do Pala Velho
1971 – Disco Legendas Missioneiras
1973 – Disco Destino Missioneiro
1975 – Participa do disco Música Popular do Sul e lança o álbum LP sem Fronteiras
1976 – Lança, na Argentina, o disco independente Payador, Pampa e Guitarra
1977 – Disco Noel Guarany Canta Aureliano Figueiredo Pinto
1979 – Disco De Pulperia
1980 – Disco Alma, Garra e Melodia
1982 – Disco Para o que Olha sem Ver
1988 – Disco A Volta do Missioneiro
1998 – Morre aos 56 anos, em Santa Maria e é sepultado em Bossoroca, na cidade que ele adotou.



JAIME CAETANO BRAUM



"Com este entono de taita, na força dos quatro ventos,
trazia, na cor do lenço, muito mais do que uma herança,
e a guitarra, feito lança, ressonando em emoções,
milongueava nos bordões, junto ao brasedo campeiro,
contraponteando o gaiteiro, ao derredor dos tições."
                                                                                                                                       J. Velloso

Pajador, poeta e radialista, Jaime Guilherme Caetano Braun nasceu na Timbaúva - Bossoroca, na época distrito de São Luiz Gonzaga, em 30 de janeiro de 1924. Durante sua carreira fez diversas payadas, poemas e canções, sempre ressaltando o Rio Grande do Sul, a vida campeira, os modos gaúchos e a natureza local.

Jaime sonhava em ser médico mas, tendo apenas o Ensino Médio, se tornou um autodidata principalmente nos assuntos da cultura sulina e remédios caseiros, pois afirmava que "todo missioneiro tem a obrigação de ser um curandor". Aos 16 anos mudou-se para Passo Fundo, onde viveria até os 19 anos. Na capital do Planalto Médio, Jaime completou seus estudos no Colégio Marista Conceição e serviu ao Exercito Brasileiro.

Jaime foi membro e co-fundador da Academia Nativista Estância da Poesia Crioula, grupo de poetas tradicionalistas que se reuniu no final dos anos 50, na capital gaúcha.

Trabalhou, publicando poemas, em jornais como O Interior e A noticia (de São Luiz Gonzaga). Passa dirigir em 1948 o programa radiofônico Galpão de Estância, em São Luiz Gonzaga e em 1973 passa a participar do programa semanal Brasil Grande do Sul, na Rádio Guaíba. Na capital, o primeiro jornal a publicar seus poemas foi o A Hora, que dedicava toda semana uma página em cores aos poemas de Jaime.

Como funcionário público trabalhou no Instituto de Pensões e Aposentadorias dos Servidores do Estado e ainda foi diretor da Biblioteca Pública do Estado de 1959 a 1963, aposentando-se em 1969. Na farmácia do IPASE era reconhecido pelo grande conhecimento que tinha dos remédios. Em 1945 começa a atuar na política, participando em palanques de comício como payador. O poema O Petiço de São Borja, publicado em revistas e jornais do país, fala de Getúlio Vargas. Participa das campanhas de Ruy Ramos, com o poema O Mouro do Alegrete, como era conhecido o político e parente de Jaime. Foi Ruy Ramos, também ligado ao tradicionalismo, que lançou Jaime Caetano Braun como payador, no 1º Congresso de Tradicionalismo do Rio Grande do Sul, realizado em Santa Maria no ano de 1954.

Anos mais tarde participaria das campanhas de Leonel Brizola, João Goulart e Egidio Michaelsen e em 1962 concorreria a uma vaga na Assembléia Legislativa do Rio Grande do Sul pelo PTB, ficando como suplente.

Veio a falecer de parada cardíaca em 8 de julho de 1999, por volta das 6h, em Porto Alegre. Seu corpo foi velado no Palácio Piratini, sede do governo sul-riograndense, e enterrado no cemitério João XXIII, na capital do estado. Para o dia seguinte estava programado o lançamento de seu último disco Exitos 1. Sua obra literária é composta de  diversos livros de poesias, como Galpão de Estância (1954), De fogão em fogão (1958), Potreiro de Guaxos (1965), Bota de Garrão (1966), Brasil Grande do Sul (1966), Passagens Perdidas (1966) e Pendão Farrapo (1978), alusivo à Revolução Farroupilha. Em 1990 lança Payador e Troveiro, e seis anos depois a antologia poética 50 Anos de Poesia, sua ultima obra escrita. Publicou ainda um dicionário de regionalismos, Vocabulário Pampeano - Pátria, Fogões e Legendas, lançado em 1987.

Sua poesia era vocativa, altissonante, com forte tônus épico. Falava, eloqüênte, com o tema da poesia: "Oh, tu..." e aí era o cordeiro guaxo, o tirador, Sepé Tiarayu, o negro Anastácio. Sempre assim. Nunca mudou e nunca cansou. Todos os segredos de Jayme Caetano Braun podem se resumir num só - talento. Ele tinha talento demais. E por isso não deixa seguidores, nem discípulos. Deixa, quando muito, imitadores, de quem tinha nos versos, o cheiro da tapera, do rancho de pau a pique, do zaino, do guamirim, do quero-quero, do camoatim, dos versos que endeusavam o xiru, o negro, personagens pampianas que se misturavam aos apetrechos que impunha a solidão, aporreada somente pelas pausas semanais da cana, do fandango, da rinha, das carreiras, do namoro com a china, do esparramo das rixas de facão e revólveres, tão bem narrados nos versos encantados deste ícone da poesia xucra.


Foi-se o Chimango de bico adunco e garras de aço. Foi-se o terno cantador dos guaxos sem sorte, dos párias do campo. Foi-se o cantor, não a canção. Angoéra missioneiro, ficará por aí, no bojo das violas, no fole das gaitas, na garganta dos sabiás e das calhandras. E se alguém estranhar um santo novo talhado a facão no cedro missioneiro, de topete erguido e perfil de aguilucho que pode aparecer por aí, me avisem, me mandem mensagens, gritem nas vozes do vento: Jayme Caetano Braun se entronizou para sempre no céu do pago.




Os pais de Jayme: João Aloysio Braun e Euclides Ramos Caetano

Jayme com o pai e irmão




Estátua de Jaime C. Braun em São Luiz Gonzaga

Rincão da Timbaúva - Bossoroca - local de nascimento de Jaime C. Braun
Casa onde nasceu e cresceu o pajador dos pajadores


                      

CONHEÇA A POESIA DE JAIME CAETANO BRAUN


                    
     


JOÃO LUIZ BANDEIRA DA SILVA


"Calou-se o poeta,
deixando saudades que a morte não quis.
Bandeira de sonhos,
Bandeira de versos,
silêncio de estrelas...
Somente João Luiz"
                                                                      J. Velloso

João Luiz Bandeira da Silva (Tiaraju) nasceu em 13 de junho de 1952. Oriundo de família pobre, teve seu nome João Luiz, em homenagem ao médico que atendeu sua mãe na hora do parto. Dona Irma Bandeira, teve complicações após ser levada ao hospital de São Luiz Gonzaga, quando seu filho correu risco de vida. Em razão do empenho do médico, dona Irma chamou seu filho com o mesmo nome. Amamentado por outra mulher, dona Mercedez e não aceito pelo pai, João Luiz Bandeira teve uma infância difícil e, segundo ele, conheceu as agruras da pobreza e da discriminação.
Já aos oito anos de idade, sua mãe  foi morar com o senhor Alfredo Ferreira Aquino o qual assumiu João Luiz como filho, sendo, além de pai, um grande amigo. Ingressou nos estudos, no antigo primário, na escola do Rincão dos Cortes, na escolinha da Vila Gaúcha e no grupo escolar Prof. Haidée Nascimento. O curso ginasial foi feito no Ginásio Miguel Fernandes e depois, o curso técnico em contabilidade na cidade de Santiago onde também prestou o serviço militar.

João Luiz Bandeira tinha a aspiração de cursar jornalismo, porém, as dificuldades financeiras não permitiram. Em Santo Ângelo, mais tarde, conseguiu cursar a faculdade de Ciências Contábeis, trabalhando na Cootrisa - Cooperativa Triticola Regional de Santo Ângelo. Depois, trabalhou nas cidades de São Miguel, Cerro Largo e São Paulo das Missões onde também exerceu a função de professor.

Posteriormente,  mudou-se para o Mato Grosso do Sul, sendo agricultor em São Gabriel do Oeste, Itiquira e Rio Verde. A partir de 1989, atuou como contador em Campo Grande até o ano de 1993. Afastou-se de suas atividades em razão de ter sido acometido de uma doença grave, com longo tratamento. Voltou para Bossoroca onde, infelizmente, veio a falecer em 13 de novembro de 1995.
João Luiz Bandeira da Silva era poeta e escritor, começando aos onze anos de idade. Muito crítico, jogou fora vários de seus trabalhos. Em 1982, já com trinta anos, reiniciou a escrever, principalmente crônicas de sua infância. Entre suas obras, destacam-se: Vertentes (poesias) - Bossoroca meu chão (causos) - Dedos de prosa (crônicas) - Sentimentos (poesia). Possui trabalhos na coletânea Mil poetas brasileiros, de 1994 a 1995. Deixou inúmeros trabalhos sem publicação entre poesia e crônicas. A lembrança e uma justa homenagem ao poeta e cronista  Bossoroquense, foi traduzida através da denominação ao auditório Municipal de Bossoroca, que leva seu nome.




OLIVIO DUTRA

Olívio Dutra, 63 anos, nasceu em Bossoroca (RS). É formado em Letras pela Universidade Federal do Rio Grande do Sul e foi funcionário do Banco do Estado do Rio Grande do Sul (Banrisul) desde 1961, sendo eleito presidente do Sindicato dos Bancários da capital gaúcha em 1975. Em 1979, período da ditadura militar, foi um dos líderes da greve de trabalhadores no estado, razão pela qual foi preso e perdeu o posto de presidente do sindicato.

Em 1980, Olívio Dutra participou da fundação do Partido dos Trabalhadores, onde exerceu a presidência estadual até 1986 e eleito presidente nacional em 1987. Em agosto de 1983, participou da fundação da Central Única dos Trabalhadores (CUT), em 1986 foi eleito deputado federal e dois anos depois, prefeito de Porto Alegre. Voltou para o Banrisul após esse mandato, permanecendo até julho de 1996, quando se aposentou. Desde então, Olívio Dutra passou a se dedicar integralmente à vida política. Ganhou as eleições para o governo do Rio Grande do Sul em 1998 e em janeiro de 2003 foi nomeado ministro das Cidades pelo presidente Luiz Inácio Lula da Silva.

Tradicionalista convicto, Olívio Dutra é frequentador assíduo do festival da barranca, realizado em São Borja, a cada semana santa, pelo grupo de arte Os Angueras. Dono de uma singular simplicidade e simpatia, costuma aparecer no festival, de alpargatas, bombacha, mala de garupa e boina, encarnando a figura de um costeiro.




ADROALDO FURTADO FABRICIO



Adroaldo Furtado Fabrício nasceu em 1934 em Bossoroca/RS,quando ainda pertencia à São Luiz Gonzaga, onde iniciou seus estudos. Gradualmente, buscou centros maiores apara se aprimorar. Primeiro Passo Fundo (Instituto Educacional - IE) e por fim Porto Alegre, onde após cursar o antigo Clássico no Colégio Rosário, ingressou na Faculdade de Direito da UFRGS.

Prestou serviço militar no CPOR em Porto Alegre, então comandado pelo depois presidente Emílio Garrastazu Médici, no Serviço de Intendência.

Formado, fez concurso para juiz e, apesar da precoce idade, obteve o primeiro lugar (consta que à sua época foi o mais jovem juiz concursado do país).

Casado com Luzia Mercedes Morais de Oliveira, natural de Montenegro/RS (atual Brochier), constituiu família com cinco filhos. Atuando primeiro como pretor em Ijuí, depois, já como juiz, sucessivamente em Sarandi, Guaíba, Tapes, Lagoa Vermelha, Rio Grande e Santo Angelo, foi promovido para Porto Alegre, onde era um dos mais atuantes do movimento conhecido como Jagunços, o qual objetivava trazer modernidade e participação dos juizes na associação de classe e tribunais de Alçada e Justiça.

Integrante do Tribunal de Alçada, logo foi promovido a desembargador, vindo a ser Presidente da 6ª Câmara Cível, Corregedor Eleitoral, Vice-presidente do TJ e, por fim Presidente do TJRS.

Em paralelo, já Doutor em Direito, Livre-Docente e Professor-Titular de Direito Processual Civil na UFRGS e considerado notável jurista do nosso tempo, Adroaldo Furtado Fabrício ocupa lugar de destaque no cenário jurídico gaúcho e brasileiro. Dono de um currículo invejável, Fabrício é autor de vários trabalhos jurídicos entre artigos, ensaios e obras individuais e coletivas, trabalhos estes que, invariavelmente, aparecem sob forma de citação em doutrinas de outros grandes autores, bem como fundamentado sentenças judiciais e acórdãos dos pretórios nacionais.

Atualmente, advoga, sem deixar de lado, no entanto, a produção intelectual e a orientação de alunos do mestrado e doutorado, bem como, a participação em bancas examinadoras nas principais universidades brasileiras, além de palestrar e ministrar cursos na sua área de especialização.



VALERIANO CRUZ

De tradicional família de Bossoroca, Valeriano Cruz era um pesquisador e conhecedor da história da Buena Terra Missioneira, assim como da história regional, o que pode ser constatado em seu livro, escrito aos 75 anos de idade, História e Memórias de Bossoroca –
Retrato de uma época, onde retrata suas lembranças sobre pessoas e fatos acontecidos em Bossoroca. Nasceu na Buena Terra Missioneira, aos 21 de março de 1916.

Valeriano era autodidata, sendo uma referência quando, principalmente alunos das escolas locais, precisavam buscar informações sobre o passado deste município. Suas informações eram baseadas em livros, documentos e recortes de jornais, os quais guardava há mais de cinquenta anos, desde sua infância, quando tinha 11 anos. 

Suas lembranças vinham do tempo das revoluções e era um idealista, cujo patrono foi Tiradentes, que segundo ele, “enfrentou o martírio com altivez, assumindo a culpa pelo seu “crime” – libertar a pátria, e inocentando seus companheiros que se acovardaram”. 

Certa feita o IBGE decidiu publicar a Enciclopédia dos Municípios Brasileiros. Fez uma convocação para todas as agências de estatística e historiadores, para realizar as pesquisas necessárias, Na época, Martino Casemiro Marques, que era o agente local do IBGE, procurou Valeriano Cruz, pois sabia de seu gosto pela pesquisa e profundo conhecimento sobre a cidade de Bossoroca e a região, para auxilia-lo na coleta de dados, o que aconteceu nos anos de 1954 e 1955, sendo que o trabalho final ficou pronto em 1959, no dia 29 de maio. 

Seu Cruz, como era mais conhecido, exerceu os cargos de sub – prefeito e vereador, quando Bossoroca ainda era o 3º Distrito de São Luiz Gonzaga. 

O salão de reuniões da Secretaria de Turismo do município, leva seu nome, numa forma de reconhecimento por seu trabalho.







Telmo Fabrício Dutra


          Filho de Edmar José Dutra e de Angélica Fabrício Dutra, nasceu no Rincão do Sobrado em 25 de Julho de 1949 e teve como irmão Ivan Fabrício Dutra

Estudou da 1ª a 5ª série, em Bossoroca, no Grupo Escolar Profª  Haidée Nascimento. Iniciou o curso Ginasial na Escola dos Padres, em São Luiz Gonzaga no ano de 1961, concluindo este curso no ano de 1964, em Bossoroca na recém instalada Escola Estadual Miguel Fernandez. De 1965 a 1967 fez o curso cientifico em Santiago.
Formou-se como Engenheiro Agrônomo pela UFSM no ano de 1973. Em Bossoroca, iniciou suas atividades profissionais fundando a empresa de planejamento agropecuário – PLANAGRO, com revenda de defensivos agrícolas. Posteriormente adquiriu a Palmares Aviação Agrícola, empresa pioneira na região das Missões. Casou-se com Maria Elisabete Nascimento Dutra com quem teve dois filhos: Marcos Fabrício Dutra – engenheiro civil e Márcia Dutra, farmacêutica, e tem como netos: Miguel e Bernardo.
Participou ativamente no Sindicato Nacional das Empresas de Aviação Agrícola – SINDAG, onde foi presidente de 1997 a 1999. Também presidiu a Associação Sul Rio-grandense de aplicadores Aeroagrícolas – ASUPLA de 1984/1985 e foi Presidente da Fundação Nacional de Aviação Agrícola de 1988 a 1990.
Participou efetivamente nos diversos segmentos da comunidade Bossoroquense: Sócio fundador e Presidente da Associação Comercial e industrial de Bossoroca; Sócio fundador e presidente do Rotary Clube de Bossoroca; Presidente do Clube 3 de Julho; Sócio fundador do Clube Amigos da terra e da Cooperativa Agrícola Bossoroquense – COOPAB; Sócio fundador e presidente da Sociedade Amigos de Bossoroca.Teve importante participação na realização da 1ª edição do Manancial Missioneiro da Canção e da Diretoria da ARPA de São Luiz Gonzaga.
Telmo Fabrício Dutra foi uma pessoa com um enorme círculo de amizades. Era um dos primeiros a receber os que aqui chegavam. Um entusiasta e sempre pronto a servir seus semelhantes. No Bairro Gaúcha o nosso homenageado era muito benquisto pela sua dedicação, principalmente aos mais necessitados.
Na história do Sindicato Rural teve destacada participação. Foi Presidente e Delegado representante junto a FARSUL, e participou de diversas comissões nos eventos realizados. É de sua autoria a projeto de construção do Parque de Exposições, com destacada atuação na execução das obras e da arborização lá existente.
Nesta sociedade, juntamente com um de seus pilotos agrícolas – Machado, falecido em um acidente aéreo, realizou importante trabalho de mobilização na busca de sócios e de recursos que viabilizassem a aquisição desta área e posterior construção dos prédios que aqui existem.
        Faleceu de mal súbito no hospital de Caridade de Santa Maria, ainda muito jovem, aos 61 anos de idade

A terra vermelha da Bossoroca concebeu outros filhos ilustres, entre eles: Rubens Furtado Fabrício - médico, Carlos Cardinal de Oliveira e Jorge Missioneiro - musico.

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